📚 Arturito, R2D2 e histórias fabulosas de robôs
Robô é uma palavra inventada pela literatura e um ícone inafastável da ficção científica. Separei curiosidades sobre o tema.
Robôs! O tema mais frio e mais quente do início de 2023! Ninguém aguenta mais e todo mundo quer saber a respeito.
Como estudiosa de ficção científica, não poderia deixar de fazer uma edição rapidinha da Anacronista sobre esse ícone tão clássico e tão fabuloso.
No mais, queria muito ter participado do Bloco de Carnewsval — um pessoal que escreve newsletter se organizou para publicar edições carnavalescas. Não consegui. Assim, em plena quarta-feira de cinzas, trago um bloco de robôs para varrer a avenida, sempre deixando aquele resquício de glitter no asfalto para brilhar ao longo do ano, quando precisamos.
Bip, bip, vamos lá! 🤖
Redação de jornal feita 100% por AIs?
Em 2019, publiquei um conto no Estadão sobre um tema do agora: e se uma AI fosse responsável por escrever todo o jornal? E se as notícias chegassem já customizadas a quem lê, filtrando por interesses de leitura? Quais seriam os principais desafios da redação de um jornal em um futuro no qual a automação do texto é uma realidade?
O conto faz uma extrapolação a partir dos resultados daquele período sobre a Open IA, sim, a mesma do ChatGPT — andava acompanhando esses debates.
Ursula Le Guin diz que a ficção científica não prevê, descreve.
Às vezes, pode prever um pouquinho. ;)
🤖 Conto: Protocolos de redação. Estadão, 2019.
Arturito e R2D2
A coisa mais fofa que vi sobre robôs, nos últimos tempos, foi o ator Diego Luna explicar que chamava “R2D2” de “Arturito”, pois sua língua materna é o espanhol.
Robôs e robótica, palavras inventadas pela literatura
“Robô” foi uma palavra usada pelo escritor tcheco Karel Čapek na peça R.U.R. em 1920 — o neologismo foi inventado mesmo pelo irmão do escritor, Josef Čapek. O termo original seria “robota” (e “roboti”, no plural). Desde o início, a ideia de robô foi criar uma metáfora para abordar a questão do trabalho duro e repetitivo, além de discutir a alienação.
“Robótica” foi a ciência fictícia inventada por Isaac Asimov no conto “Mentiroso!” (1941), que depois vai integrar o livro clássico, Eu, Robô (1950), publicado no Brasil pela Aleph. É um livro ótimo até hoje, fora a robótica ser agora realidade.
Na década de 1980, um livro inescapável sobre AIs sabichonas é Neuromancer, de William Gibson (1984, ed. Aleph), no qual, aliás, se cunhou o termo “ciberespaço”.
De recente, Salmo para um robô peregrino, da Becky Chamber (2021), é uma narrativa solarpunk e relativamente curta, ganhadora do Hugo no ano passado e já publicado aqui pela Morro Branco.
Robôs nos confins da galáxia
Gosto muito de escrever sobre robôs. Um de meus contos homenageia essas genealogias robóticas, de Čapek a Asimov, e se passa numa aduana em cinturão de asteroides. Dizem que é gostosinho de ler. 🤖
E-book publicado pela Agência Magh
The Smuggler's Mystery and other stories
Com a tradução inestimável da Iana A., publicamos um ebook com esse e outros dois contos meus de robôs ao inglês. Agradecemos se puder indicar a alguém!
Aplicativo perturbador: quer teclar?
Se você acha que o ChatGPT é doido, não deixe de testar o Replika. Somente em inglês, é um aplicativo com um robô que se "amolda a sua personalidade”, virando alguém para você travar amizade ou flertar.
E nem é novo, testei durante a pandemia. É uma experiência tão louca que só a ficção daria conta de explicar.
Newsletterverso
Se você gosta de ler newsletters, aqui vão duas indicações:
🤖 A Luciana Andrade fez uma edição bem interessante da .flows sobre criatividade e ChatGPT.
🤖 O Manual do Usuário, do Rodrigo Ghedin, acompanha esse debate todo bem perto do lance. Aqui vai uma notinha, mas você pode encontrar muito mais na newsletter e no podcast: Líder em inteligência artificial, Google anuncia cópia do ChatGPT
🌿 Filamentos em 2023: começa este sábado!
A editora Bandeirola e eu temos um projeto sobre literatura e ecologia. Neste sábado, 25 de fevereiro, começamos os trabalhos com Futuro ancestral, de Ailton Krenak; e Cidades afundam em dias normais, de Aline Valek.
Para conhecer, basta visitar nossa página no Catarse: catarse.me/filamentos2023.
Se puder ajudar divulgando ou participando, agradecemos muito. 💚
Muito obrigada!
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Meu muito obrigada para quem lê e recomenda a Anacronista ❤️
Para hoje e todos os dias de 2023:
todo poder à alegria, ao desejo e à imaginação!
Agora vou ter que chamar o restaurante da Carossela de r2d2 <3
amei essa edição, ana! Quero pra já ler seus contos.
beijo.
eu adoro a história da pessoa latina nascida nos EUA, que tem um irmão chamado Arturito, e eles descobrem na vida adulta que Arturito foi homenagem a R2D2 hehe :)
ótima edição hoje!!